O desafio chegou ao fim. Após 22 dias na estrada, a pé, duas colunas de 230 fuzileiros navais vindos do Rio de Janeiro pisaram em Brasília. Os militares ocuparam uma faixa da via L4 Sul e atraíram a atenção de motoristas, que diminuíram a velocidade para ver a tropa passar. A marcha, que comemora o bicentenário da força, remete ao feito realizado pela Operação Alvorada em 1960, quando 124 fuzileiros navais, marinheiros e civis marcharam 24 dias para comemorar a inauguração da nova capital. Os participantes da marcha ganharam uma homenagem quando chegaram à sede da força em Brasília. Uma placa com o registro da marcha foi inaugurada pelo comandante da Marinha, almirante de Esquadra Julio Soares de Moura Neto. Amanhã, os recém-chegados participarão das comemorações do aniversário da cidade na cerimônia de substituição da bandeira nacional, às 9h, e com apresentação de banda sinfônica na Esplanada dos Ministério às 17h. Um estande com informações sobre Corpo dos Fuzileiros Navais também estará montado em frente ao Complexo Cultural da República. A chegada dos fuzileiros a Brasília trouxe um sentimento de realização para os militares. “Foi um trabalho excepcional. Atingimos todas as expectativas esperadas e chegamos na data marcada. Tudo graças a um planejamento detalhado e a uma preparação, física e mental que nos permitiu vencer as dificuldades”, avaliou o comandante da Força de Fuzileiros de Esquadra, vice-almirante Paulo César Stingelim Guimarães, que conduziu a tropa do Rio de Janeiro a Brasília. Destaques Única mulher a participar da marcha, a suboficial Sônia Brilhante Wanderley, 44 anos, disse que conseguiu realizar um sonho. “Queria fazer algo que orgulhasse meus filhos, mas não esperava ganhar tanta atenção”, afirmou a moça, que ganhou lugar de destaque entre os companheiros. Não só por ter participado da longa caminhada, mas por ter se voluntariado para tomar parte dela. A fuzileira, que costuma participar de meias maratonas, disse que a caminhada foi difícil, principalmente nos cinco primeiros dias. “Mas valeu à pena por ter me dado uma história para contar aos netos.” Assim como na década de 1960, os fuzileiros chegaram a Brasília com uma companhia inesperada: um cachorro que se integrou à marcha logo nos primeiros dias de caminhada. Duzentos, como passou a ser chamado o animal, em homenagem ao bicentenário da força, chegou à cidade à frente da tropa devidamente caracterizado com farda da força. Na primeira marcha para a nova capital em 1960, dois cachorros apelidados de “Tequila” e “Alvorada” acompanharam os militares. Os fuzileiros ficarão em Brasília até quarta-feira, quando retornam de ônibus para o Rio de Janeiro. Animados com a visita, eles esperam conhecer a cidade nos próximos dias, além de participar das comemorações do aniversário da capital.
Mensagem do Comandante do CIAB